Enrolados
Tem gente que usa uma expressão chula para definir a sua situação, dizem: "Sou que nem papel higiênico; quando não estou em rolo, estou em bunda". E o pior é que tem gente assim mesmo, são os enrolados, estão sempre metidos em algum tipo de encrenca. É aquele parente, ou aquele amigo, que quando alguém dá alguma notícia você já sabe: entrou em alguma fria, ou aprontou alguma.
O pior é que certas pessoas que integram esse grupo não são irresponsáveis, ou não mereceriam fazer parte desse grupo. Não estou dizendo que a grande maioria deles não estejam incluídos no grande grupo do 171 - art. do código penal onde normalmente são enquadrados os malandros -, mas junto com eles existe um grupo de inocentes de carteirinha, gente que acredita em tudo e em todos. Resultado: sempre acabam se dando mal.
São possuidores de uma dose de inocência ilimitada, posto que seria de se esperar que, depois de levarem pela cabeça algumas vezes, acabassem aprendendo e não caíssem na mesma cilada na próxima vez. Mas não aprendem. Alguns até chegam a classificá-los no grupo dos masoquistas, por não acreditarem nessa inocência infinita, acreditam que, no fundo, esse tipo de gente busca se relacionar com malandros para sem passados para trás porque gostam de sofrer. Eu não sei ao certo, não sou entendido na matéria.
Um outra coisa que fica aparente nesse relacionamento entre malandros e trouxas é a afinidade, a atração entre eles. Os malandros, como é óbvio, procuram otários para suas vítimas; mas, o que não parece tão óbvio e lógico, é o fato dos otários procurarem os malandros para formarem essas improváveis e pouco duráveis parcerias. Digamos que duram até o próximo golpe...